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domingo, 3 de junho de 2012

JUNHO: MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS!!!



“Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).
“Mas a luz da misericórdia divina, que o Senhor quis como que entregar de
novo ao mundo através do carisma da Irmã Faustina, iluminará o caminho dos
homens do terceiro milênio”.12
“A canonização da Irmã Faustina tem uma eloqüência particular: mediante
este ato quero hoje transmitir esta mensagem ao novo milênio”.13
Santa Gertrudes: pioneira da revelação da Divina Misericórdia
No ano 1990, conhecemos em Rio Pomba, uma pequena cidade de Minas
Gerais, próxima a Barbacena, Arquidiocese de Mariana, uma senhora chamada
Lola.14 Esta mulher que viveu desde os 18 anos alimentando-se apenas da Santa
Eucaristia, tinha recebido por Deus a extraordinária missão de difundir a devoção do
Sagrado Coração de Jesus e ao seu Amor Misericordioso. Ela investia todos os seus
recursos econômicos nas publicações de textos sobre o assunto e na difusão de
imagens dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria.
Na época, recebemos dela um precioso escrito de Pe. André Prévot intitulado
“Amor, Paz e Alegria”, que de forma resumida e sistemática trouxe ao nosso
conhecimento o conteúdo das revelações que Santa Gertrudes de Hefta, tinha
recebido no Monastério cisterciense de Hefta (Westfalia, na Alemanha). Esta santa,
que viveu do ano 1256 ao 1302, tinha sido, juntamente com as suas duas co-irmãs
Mechild de Magdeburg e Santa Metchilde de Hackeborn, uma verdadeira pioneira do
culto do Sagrado Coração, que se desenvolveu nos séculos, com uma riqueza
extraordinária de mensagens e aparições, até os nossos dias.
Um dos momentos de graça desta revelação é certamente ligado às
mensagens recebidas por Santa Maria Margarida Alacoque (1647-1690), que se
tornou o instrumento, para obter do Santo Padre a oficialização da devoção ao
Sagrado Coração para a Igreja Universal.
12 JOÃO PAULO II. Homilia de canonização de Maria Faustina Kowalska. Vaticano, 30 de abril de
2000, n. 3.
13 Idem, n. 5.
14 Floripes Maria de Jesus (1913-1999).
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Na célebre aparição de 1675, Nosso Senhor revelou-lhe a missão especial
que a destinara. Lembrando-lhe, de um lado, a frieza e a ingratidão dos homens
para com Ele, e de outro, o obséquio que ela e todos os devotos do seu Sagrado
Coração, lhe haveriam de prestar doravante, melhor que no passado: amor, gratidão
e reparação pelas faltas próprias e alheias, para obterem a salvação dos pecadores,
que estão se perdendo, sem que ninguém se incomode.
Com isso patenteou Nosso Senhor claramente, a solidariedade da sorte
humana e a necessidade da cooperação dos bons, para a salvação dos pecadores,
prestando reparação, desagravo e satisfação pelos crimes cometidos, sobretudo
compensando-os por adequados sacrifícios, que haveriam de oferecer a Deus em
união com o sacrifício d’Ele próprio.
Este convite se renova há séculos através de numerosos santos até os
nossos dias. Foi grande a nossa surpresa quando, abrindo pela primeira vez o texto
sobre Santa Gertrudes, lemos na primeira página:
Convite do Coração de Jesus15
“A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é o derradeiro esforço, nestes
últimos séculos, do amor de Nosso Senhor aos homens”.
Um dia São João, o Apóstolo dileto do Coração de Jesus, foi mostrado à
Santa Gertrudes, no fulgor duma glória incomparável: “Meu amabilíssimo Senhor”
diz a Santa a Jesus Cristo – “donde vem que me apresenteis, a mim, indigna criatura
o vosso discípulo mais caro?” “Quero, respondeu Jesus, estabelecer entre ele e
ti uma amizade íntima: ele será teu Apóstolo para te instruir e dirigir”.
Dirigindo-se então a Gertrudes, João dizia: “Esposa de meu Mestre, vinde:
juntos repousaremos a cabeça no dulcíssimo peito do Senhor; nele estão
encerrados todos os tesouros do céu”. Ora, como a cabeça de Gertrudes
estivesse inclinada à direita e a cabeça de João à esquerda do peito de Jesus, o
discípulo dileto prosseguiu: “É aqui o Santo dos santos; todos os bens da terra e
do céu são atraídos para ele como para o centro”.
Entretanto, as pulsações do Coração de Jesus arrebatavam a alma de
Gertrudes: “Bem-amado do Senhor, perguntou ela a São João, estas pulsações
15 cf. PE. DR. ANDRÉ PREVOT SCJ. Amor, Paz e Alegria. cap. 1. p. 23-24.
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harmoniosas, que me rejubilam a alma, rejubilou a vossa quando repousastes,
durante a Ceia, no peito do Salvador?” “Sim, ouvi-os e a suavidade delas
penetrou-me a alma até a medula”. “Donde vem, pois, que no vosso Evangelho,
apenas tenhais deixado entrever os segredos amorosos do Coração de Jesus
Cristo?”.
“O meu mistério, naqueles primeiros tempos da Igreja” – respondeu o
Apóstolo dileto – “devia cingir-se a dizer sobre o Verbo Divino, Filho Eterno do
Pai, algumas palavras fecundas que a inteligência dos homens pudesse
sempre meditar, sem lhe esgotar jamais as riquezas; mas, aos últimos tempos
estava reservada a graça de ouvir a voz eloqüente do Coração de Jesus. A
essa voz, o mundo envelhecido rejuvenescerá; sairá do seu torpor e o calor do
Amor Divino inflama-lo-á ainda”.
Percebemos que esta revelação da Divina Misericórdia dava um sentido
especial à nossa vida e que, para a realização deste sonho de Deus sobre a
humanidade, gostaríamos de gastar toda a nossa existência.
Santa Faustina Kowalska:
a mensageira da Misericórdia, primeira santa do novo milênio
Alguns anos mais tarde, a Providência Divina nos deu a graça de poder ler, o
diário espiritual da Irmã Faustina Kowalska. Este diário, controvertido, cuja leitura
chegou a ser proibida por 10 anos, tornou-se atualidade nestes últimos tempos em
que o S. Padre João Paulo II, conterrâneo da santa, quis apressar o processo de
canonização da mesma e, não casualmente, quis proclamá-la como a primeira santa
do Terceiro Milênio, no mesmo dia (o primeiro Domingo após a Páscoa) em que
instituiu a Festa da Divina Misericórdia, conforme o pedido de Jesus Misericordioso
para a Irmã Faustina.
Ela viveu de 1905 a 1938. Em vários momentos da vida desta Irmã, Nosso
Senhor Jesus Cristo aparecia a ela e lhe transmitia suas mensagens. A pedido do
próprio Jesus, ela escreveu um diário, onde registrou as mensagens, ordens e
recomendações que Ele lhe dava, além de relatar um pouco de sua vida.
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Mensagens de Jesus registradas no diário de Irmã Faustina
Hoje após a Santa Comunhão Jesus disse: “Minha filha, dá-Me as almas;
sabe que a tua tarefa é conquistar almas para Mim pela oração e pelo
sacrifício, pelo estímulo à confiança na minha misericórdia” (Diário n. 1690).
“Secretária do Meu mais profundo mistério, deves saber que estás em
exclusiva familiaridade Comigo. A tua tarefa é escrever tudo que te dou a
conhecer sobre a Minha Misericórdia para o proveito das almas, que lendo
estes escritos experimentarão consolo na alma e terão coragem de se
aproximar de Mim. E, por isso, desejo que dediques todos os momentos livres
a escrever” (Diário n. 1693).
Sobre a confiança na misericórdia de Deus: Quando fui para a adoração,
ouvi estas palavras: “Minha filha querida, escreve estas palavras, que hoje o Meu
Coração descansou nesse convento. Fala ao mundo da Minha misericórdia, do Meu
amor. Consomem-Me as chamas da misericórdia; desejo derramá-las sobre as
almas humanas. Oh! que grande dor Me causam, quando não querem aceitá-las.
Minha filha, faz o que está ao teu alcance pela divulgação do culto da Minha
misericórdia. Eu completarei o que não conseguires. Dizei à humanidade sofredora
que se aconchegue no Meu misericordioso Coração, e Eu a encherei de paz. Diz,
minha filha, que sou puro Amor e a própria Misericórdia. Quando uma alma se
aproxima de Mim com confiança, encho-a com tantas graças, que ela não pode
encerrá-las todas em si mesma e as irradia para as outras almas. As almas que
divulgam o culto da Minha misericórdia, Eu as defendo por toda a vida como uma
terna mãe defende seu filhinho e, na hora da morte não serei Juiz para elas, mas
sim o Salvador Misericordioso. Nessa última hora a alma não tem nada para a sua
defesa, além da Minha misericórdia. Feliz é a alma que, durante a vida, mergulhou
na fonte da misericórdia, porque não será atingida pela Justiça.
Escreve: tudo que existe, está encerrado nas entranhas da Minha
misericórdia, e de forma mais profunda que a criança no ventre da mãe.
Quanta dor Me causa a falta de confiança em Minha bondade. Os pecados que
Me ferem mais dolorosamente são os de desconfiança” (Diário n. 1074-1076).
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Sobre a confissão: Hoje, novamente instruiu-me o Senhor como devo
aproximar-me do Sacramento da Penitência: “Minha filha, da mesma forma que te
preparas na Minha presença, assim também te confessas diante de Mim; apenas Me
oculto atrás do sacerdote. Nunca investigues como é o sacerdote atrás do qual Me
ocultei, e desvenda-te na confissão, como diante de mim, e encherei a tua alma da
Minha luz” (Diário n. 1725).
Sobre a comunhão: Hoje, após a Santa Comunhão, Jesus me disse quanto
deseja vir ao coração dos homens. – Desejo unir-Me com as almas humanas; a
Minha delícia é unir-Me com as almas. Fica sabendo, minha filha, [que] quando
venho pela Santa Comunhão ao coração do homem, tenho as mãos cheias de toda
espécie de graças e desejo entregá-las às almas, mas elas nem Me dão atenção;
deixam-Me sozinho, e se ocupam com outras coisas. Oh! quão triste fico por não
reconhecerem o amor!. Procedem Comigo como com alguma coisa morta” (Diário n.
1385).
Sobre os sofrimentos da vida: Hoje, durante a Santa Missa, vi Nosso
Senhor em sofrimentos, como que agonizando na cruz. Ele me disse: Minha filha,
medita com freqüência sobre os sofrimentos que por ti suportei, e nada do que
sofres por Mim te parecerá grande. Tu Me agradas mais quando meditas sobre a
Minha dolorosa Paixão. Une os teus pequenos sofrimentos com a Minha dolorosa
Paixão, para que tenham valor infinito diante de minha Majestade.
Hoje Jesus me disse: Muitas vezes Me chamas de teu Mestre. Isso agrada ao
Meu Coração, mas não te esqueças, discípula Minha, que és discípula de um Mestre
Crucificado: essa única palavra te seja suficiente. Tu sabes o que se encerra na
cruz” (Diário n. 1512-1513).
Mensagem à alma pecadora: “Alma pecadora, não tenhas medo do teu
Salvador. Eu, o primeiro tomo a iniciativa de Me aproximar de ti, pois sei que por ti
mesma não és capaz de elevar-te até Mim. Não fujas, filha, de teu Pai, dispõe-te a
dialogar a sós com teu Deus de misericórdia, que quer dizer-te palavras de perdão e
cumular-te com Suas graças. Oh! como Me é cara a tua alma! Inscrevi teu nome nas
Minhas mãos; tu te gravaste como chaga profunda no Meu Coração” (Diário n.
1485).
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Mensagens proféticas: no dia 25 de março de 1936, Festa da Anunciação, a
Virgem Maria apareceu à irmã Faustina e lhe disse: “Eu dei o Salvador ao mundo
e, quanto a ti, deves falar ao mundo da Sua grande misericórdia, preparando-o
para a Sua segunda vinda” (Diário n. 635).
No livro de Irmã Faustina, Apóstola da Misericórdia Divina, encontraram-se as
seguintes palavras de Jesus para Irmã Faustina: “Amo a Polônia de maneira
especial e, se ela for obediente à Minha Vontade, Eu a elevarei em poder e
santidade. Dela sairá a centelha que preparará o mundo para Minha Vinda
derradeira” (Diário n. 1732).16
“Escreve isto: Antes de vir como justo Juiz, venho como Rei da Misericórdia.
Antes de vir o dia da justiça, nos céus será dado aos homens este sinal: apagar-se-á
toda a luz do céu e haverá uma grande escuridão sobre a Terra. Então aparecerá o
sinal-da-Cruz no céu, e dos orifícios onde foram pregadas as mãos e os pés do
Salvador sairão grandes luzes, que, por algum tempo, iluminarão a Terra. Isso
acontecerá pouco antes do último dia” (Diário n. 83)
Pergunta: Como praticar a devoção à Misericórdia Divina?
O culto à Misericórdia Divina não é feito unicamente de orações. Ele
corresponde a uma precisa atitude de vida, aquela proposta por Jesus a todo
cristão: “Sede misericordiosos como o Pai... Amai-vos como Eu vos amei” (cf. Lc
6,36; Jo 13,34). A confiança em Deus certamente se liga a esta segunda exigência:
“Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a Mim o
fizestes” (Mt 25,40). Esta declaração se refere igualmente à promessa: “Bemaventurados
os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7).
O culto à Misericórdia Divina é de tal espécie, que mais do que outra devoção
exige de nós a imitação: “Se não amas o próximo a quem vês, não podes amar à
Deus a quem não vês”. Coerente à essa última afirmação, Jesus diz à Irmã Faustina:
“Minha filha, se por teu intermédio peço aos homens o culto à Minha
misericórdia, por tua vez deves ser a primeira a distinguir-te pela confiança na
Minha misericórdia. Estou exigindo de ti atos de misericórdia, que devem
16 Referência clara ao Papa João Paulo II. Tal afirmação de Jesus localiza no tempo, sem qualquer
dúvida, a Sua última vinda.
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decorrer do amor para Comigo. Deves mostrar-te misericordiosa com os
outros, sempre e em qualquer lugar” (Diário n. 742).
Indicamos três maneiras de realizar as obras de Misericórdia:
a primeira é a ação,
a segunda é a Palavra e
a terceira é a oração...
“Por meio desta Imagem concederei muitas graças às almas. Ela deve
lembrar as exigências da Minha misericórdia, porque mesmo afé mais forte de nada
serve sem as obras” (Diário n. 742).
A mensageira da Misericórdia: primeira santa do Novo Milênio
Colocamos aqui a homilia da canonização de Maria Faustina Kowalska,
pronunciada pelo Papa João Paulo II, no dia 30 de Abril de 2000. Os homens do
terceiro milênio aprenderão através desta “pequena grande” mulher, o caminho da
Misericórdia. Irmã Faustina foi a primeira santa canonizada no Ano Santo de 2000.
1. “Confitemini Domino quoniam bonus, quoniam in aeternum misericordia eius”.
“Louvai o Senhor, porque Ele é bom, porque é eterno o Seu amor” (Sl 118, 1). Assim
canta a Igreja na Oitava de Páscoa, como que recolhendo dos lábios de Cristo estas
palavras do Salmo, dos lábios de Cristo ressuscitado, que no Cenáculo traz o
grande anúncio da misericórdia divina e confia aos apóstolos o seu ministério: “A
paz esteja convosco! Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós...
Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão
perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 21-23).
Antes de pronunciar estas palavras, Jesus mostra as mãos e o lado. Isto é, indica as
feridas da Paixão, sobretudo a chaga do coração, fonte onde nasce a grande onda
de misericórdia que inunda a humanidade. Daquele Coração a Irmã Faustina
Kowalska, a Beata a quem de agora em diante chamaremos Santa, verá partir dois
fachos de luz que iluminam o mundo: “Os dois raios, explicou-lhe certa vez o próprio
Jesus representa o sangue e a água” (Diário, Libreria Editrice Vaticana, pág. 132).
2. Sangue e água! O pensamento corre rumo ao testemunho do evangelista João
que, quando um soldado no Calvário atingiu com a lança o lado de Cristo, vê jorrar
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dali “sangue e água” (cf. Jo 19, 34). E se o sangue evoca o sacrifício da cruz e o
dom eucarístico, a água, na simbologia joanina, recorda não só o batismo, mas
também o dom do Espírito Santo (cf. Jo 3, 5; 4, 14; 7, 37-39).
A misericórdia divina atinge os homens através do Coração de Cristo crucificado:
“Minha filha, dize que sou o Amor e a Misericórdia em pessoa”, pedira Jesus à Irmã
Faustina (Diário, pág. 374). Cristo derrama esta misericórdia sobre a humanidade,
mediante o envio do Espírito que, na Trindade, é a Pessoa-Amor. E, porventura não
é a misericórdia o “segundo nome” do amor (cf. Dives in misericordia, 7), cultuado no
seu aspecto mais profundo e terno, na sua atitude de cuidar de toda a necessidade,
sobretudo na sua imensa capacidade de perdão?
É deveras grande a minha alegria, ao propor hoje à Igreja inteira, como dom de
Deus para o nosso tempo, a vida e o testemunho da Irmã Faustina Kowalska. Pela
divina Providência, a vida desta humilde filha da Polônia, esteve completamente
ligada à história do século XX, que há pouco deixamos atrás. De fato, foi entre a
Primeira e a Segunda Guerra Mundial, que Cristo lhe confiou a sua mensagem de
misericórdia. Aqueles que recordam, que foram testemunhas e participantes nos
eventos daqueles anos e nos horríveis sofrimentos que daí derivaram para milhões
de homens, bem sabem que a mensagem da misericórdia é necessária.
Jesus disse à Irmã Faustina: “A humanidade não encontrará paz, enquanto não se
voltar com confiança para a misericórdia divina” (Diário, pág. 132). Através da obra
da religiosa polaca, esta mensagem esteve sempre unida ao século XX, último do
segundo milênio e ponte para o terceiro. Não é uma mensagem nova, mas pode-se
considerar um dom de especial iluminação, que nos ajuda a reviver de maneira mais
intensa o Evangelho da Páscoa, para o oferecer como um raio de luz aos homens e
às mulheres do nosso tempo.
3. O que nos trarão os anos que estão diante de nós? Como será o futuro do homem
sobre a terra? A nós não é dado sabê-lo. Contudo, é certo que ao lado de novos
progressos não faltarão, infelizmente, experiências dolorosas. Mas a luz da
misericórdia divina, que o Senhor quis como que entregar de novo ao mundo através
do carisma da Irmã Faustina iluminará o caminho dos homens do terceiro milênio.
Assim como os Apóstolos outrora é necessário, porém, que também a humanidade
de hoje acolha, no cenáculo da história, Cristo ressuscitado, que mostra as feridas
da sua crucifixão e repete: A paz esteja convosco! É preciso que a humanidade se
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deixe atingir e penetrar pelo Espírito que Cristo ressuscitado lhe dá. É o Espírito que
cura as feridas do coração, abate as barreiras que nos separam de Deus e nos
dividem entre nós, restitui ao mesmo tempo a alegria do amor do Pai e a da unidade
fraterna.
4. É importante, então, que acolhamos inteiramente a mensagem que nos vem da
Palavra de Deus neste segundo Domingo de Páscoa, que, de agora em diante, a
Igreja inteira tomará o nome de “Domingo da Divina Misericórdia”. Nas diversas
leituras, a liturgia parece traçar o caminho da misericórdia que, enquanto reconstrói
a relação de cada um com Deus, suscita também entre os homens novas relações
de solidariedade fraterna. Cristo ensinou-nos que “o homem não só recebe e
experimenta a misericórdia de Deus, mas é também chamado a ‘ter misericórdia’
para com os demais”. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão
misericórdia (Mt 5, 7)”. (Dives in misericordia, 14). Depois, Ele nos indicou as
múltiplas vias da misericórdia, que não só perdoa os pecados, mas vai também ao
encontro de todas as necessidades dos homens. Jesus inclinou-se sobre toda a
miséria humana, material e espiritual.
A sua mensagem de misericórdia continua a nos alcançar através do gesto das suas
mãos estendidas, rumo ao homem que sofre. Foi assim que O viu e testemunhou
aos homens de todos os continentes, a Irmã Faustina que, escondida no convento
de Lagiewniki em Cracóvia, fez da sua existência um cântico à misericórdia:
Misericordias Domini in aeternum cantabo.
5. A canonização da Irmã Faustina, tem uma eloqüência particular: mediante este
ato, quero hoje transmitir esta mensagem ao novo milênio. Transmito-a todos os
homens, para que aprendam a conhecer sempre melhor, o verdadeiro rosto de Deus
e o genuíno rosto dos irmãos.
Amor a Deus e amor aos irmãos são de fato inseparáveis, como nos recordou a
primeira Carta de João: “Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando
amamos a Deus e guardamos os Seus mandamentos” (5,2). O Apóstolo recorda-nos
nisto a verdade do amor, indicando-nos, na observância dos mandamentos, a
medida e o critério.
Com efeito, não é fácil amar com um amor profundo, feito de autêntico dom de si.
Aprende-se este amor na escola de Deus, no calor da sua caridade. Ao fixarmos o
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olhar n'Ele, ao sintonizarmos com o seu coração de Pai, nos tornamos capazes de
olhar os irmãos com olhos novos, em atitude de gratuidade e partilha, de
generosidade e perdão. Tudo isto é misericórdia!
À medida que a humanidade souber aprender o segredo deste olhar misericordioso,
manifesta-se como perspectiva realizável o quadro ideal, proposto na primeira
leitura: “A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só
alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas, entre eles, tudo era
comum” (At 4,32). Aqui a misericórdia do coração tornou-se também estilo de
relações, projeto de comunidade, partilha de bens. Aqui floresceram as “obras da
misericórdia”, espirituais e corporais. Aqui a misericórdia, tornou-se um concreto
fazer-se “próximo” dos irmãos mais indigentes.
6. A Irmã Faustina Kowalska, deixou escrito no seu Diário: "Sinto uma tristeza
profunda, quando observo os sofrimentos do próximo. Todas as dores do próximo se
repercutem no meu coração; trago no meu coração as suas angústias, de tal modo
que me abatem também fisicamente. Desejaria que todos os sofrimentos caíssem
sobre mim, para dar alívio ao próximo” (pág. 365). Eis a que ponto de partilha
conduz o amor, quando é medido segundo o amor de Deus! É neste amor que a
humanidade de hoje se deve inspirar, para enfrentar a crise de sentido, os desafios
das mais diversas necessidades, sobretudo a exigência de salvaguardar a dignidade
de cada pessoa humana.
A mensagem de misericórdia divina é assim, implicitamente, também uma
mensagem sobre o valor de todo homem. Toda pessoa é preciosa aos olhos de
Deus; Cristo deu a vida por cada um; o Pai dá o seu Espírito a todos, oferecendolhes
o acesso à Sua intimidade.
7. Esta mensagem consoladora, dirige-se, sobretudo a quem, afligido por uma
provação particularmente dura, ou esmagado pelo peso dos pecados cometidos,
perdeu toda a confiança na vida e se sente tentado a ceder ao desespero.
Apresenta-se-lhe o rosto suave de Cristo, chegando-lhe aqueles raios que partem do
seu Coração e iluminam, aquecem e indicam o caminho, e infundem esperança.
Quantas almas já foram consoladas pela invocação “Jesus, confio em Ti”, que a
Providência sugeriu através da Irmã Faustina! Este simples ato de abandono a
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Jesus dissipa as nuvens mais densas e faz chegar um raio de luz à vida de cada
um.
“Jezu ufam tobie!”
8. Misericordias Domini in aeternum cantabo (Sl 88 [89], 2). À voz de Maria
Santíssima, “Mãe da Misericórdia”, à voz desta nova Santa, que na Jerusalém
celeste canta a misericórdia juntamente com todos os amigos de Deus, unamos
também nós, Igreja peregrina, a nossa voz. E tu, Faustina, dom de Deus ao nosso
tempo, dádiva da terra da Polônia à Igreja inteira, obtém-nos a graça de perceber a
profundidade da misericórdia divina, ajuda-nos a torná-la experiência viva e a
testemunhá-la aos irmãos!
A tua mensagem de luz e de esperança se difunda no mundo inteiro, leve à
conversão os pecadores, amenizem as rivalidades e os ódios, abra os homens e as
nações à prática da fraternidade. Hoje, ao fixarmos contigo o olhar no rosto de Cristo
ressuscitado, fazemos nossa a tua súplica de confiante abandono e dizemos com
firme esperança:
Jesus Cristo, confio em Ti!
“Jezu, ufam tobie!”.