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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Chegada dos restos mortais de dom Bosco ao Brasil chama a atenção para a importância dessas peregrinações para os católicos
João Loes



"São João Bosco te aguarda no auditório”, anunciava uma enorme faixa afixada no portão de entrada do Colégio Salesiano Santa Teresinha, no bairro de Santana, zona norte da capital paulista. Dom Bosco, como é conhecido São João Bosco, italiano nascido em 1815, obviamente não estava, nem nunca esteve, no auditório do colégio paulistano. Mas, entre a noite da quarta-feira 2 e a manhã do dia 3, uma urna com os ossos de seu antebraço e de sua mão direita ficou exposta no auditório da instituição para adoração dos fiéis. E, para os devotos, a presença dos restos mortais do santo era mais do que suficiente para justificar a faixa. Guardados sob uma representação em madeira do corpo de São João Bosco, eles pareciam emanar força e fé a todos que estavam presentes. Ao final da primeira missa do dia 3, em São Paulo, não houve um católico sequer que tenha partido sem encostar as mãos no aquário de cristal que envolvia as relíquias para fazer uma breve prece ou agradecer uma graça alcançada. “São os ossos da mão que acolheu jovens e os guiou”, lembrou o padre Aramis Biaggi, diretor do Colégio Salesiano Santa Teresinha, que celebrou a missa. Dom Bosco ficou famoso pelo trabalho que desenvolveu com a educação e capacitação de crianças e adolescentes. “São os ossos da mão que restituiu saúde e trouxe conforto”, reforçou Biaggi, sobre os milagres do italiano, que também foi fundador da Ordem dos Salesianos.

A força das relíquias reais e representativas (leia quadro na página 138) entre os fiéis é velha conhecida da Igreja. O primeiro relato de adoração desse tipo de objeto data do século II e trata da história de São Policarpo, bispo da cidade de Esmirina, localizada onde hoje é a Turquia. Perseguido pelos romanos, ele foi preso e morto em praça pública no ano 156 d.C. Seus restos foram recolhidos pelos poucos cristãos de então e viraram objeto de adoração em cerimônias da nascente Igreja Católica. “As relíquias funcionam como um farol que remete aos ideais de comportamento e vida consagrada a que aspiramos”, lembra o padre Valeriano Costa, diretor da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). E todo cuidado é pouco quando se lida com objetos tão poderosos. “Há quem falsifique relíquias para ganhos financeiros”, alerta Costa. A Igreja tenta coibir os abusos emitindo selos de autenticidade às peças de origem comprovada. São anos de levantamento histórico e, por vezes, até de perícia científica com datação por carbono 14, por exemplo, para reconhecimento oficial da peça. Mas os santos surgem antes nas comunidades e só depois de anos, às vezes séculos, ganham reconhecimento da Igreja. Até lá é comum que um verdadeiro mercado de relíquias falsas se estabeleça.

A MAIOR O Santo Sudário, que teria envolvido o corpo de Jesus,
deve atrair dois milhões de turistas a Turim em 2010


Não é esse o caso dos restos mortais de dom Bosco que estão em visita pelo Brasil. Elas têm reconhecimento oficial do Vaticano, já passaram por Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai e agora, com o apoio de Roma, farão uma peregrinação por nove cidades de São Paulo, para depois rumarem para outros cinco Estados brasileiros. “Até o final de 2015 a direção da ordem espera completar uma volta por todos os países com presença salesiana no planeta”, afirma padre Benedito Spinoza, diretor do Liceu Coração de Jesus de São Paulo. E 2015 não foi um ano escolhido por acaso. Nesse ano, serão completados os 200 anos de nascimento do santo, como anunciam marcações na estrutura de madeira que serve de apoio à urna. “É um esforço enorme levar esse grande objeto de meia tonelada aos mais de 90 países em que temos representação, mas é uma experiência sem igual para os fiéis, então vale a pena”, diz a irmã Rosalba Perotti, vice-provincial da Inspetoria Santa Catarina de Sena das Irmãs Salesianas de São Paulo. Em todos os lugares visitados, sem exceção, as ordens são para que a urna seja sempre guardada por pelo menos dois seguranças, não seja apoiada em superfícies inclinadas e repouse abaixo do nível do altar. “São regras estipuladas pelas comissões italiana e brasileira que organizaram a visita”, explica Esmeralda Antunes, coordenadora do evento no Colégio Salesiano Santa Teresinha.

As exigências são parecidas com as das peregrinações de outras relíquias que já passaram pelo Brasil, como a de Santa Terezinha e São Geraldo Majela (leia quadro). Programadas para ocorrer perto de datas como o aniversário de morte, beatificação e canonização dos religiosos, elas atraem multidões proporcionais ao sucesso do santo no País. Poucas atraíram tanta gente quanto as cordas vocais e a costela de Santo Antônio, conhecido no Brasil como o santo casamenteiro. Foram duas as excursões de partes de seu corpo por aqui: uma em 1999 e outra em 2008. Na segunda, para comemorar os 400 anos do Convento e da Igreja de Santo Antônio no Rio de Janeiro, a prefeitura da cidade organizou uma festa de seis dias e chegou a liberar cerca de R$ 100 mil para ajudar a bancar a homenagem. No evento do ano passado, Valdemir Andreassa, professor de geografia de 40 anos, estava lá. E no último dia 3 de dezembro, em 2009, ele foi o primeiro a chegar ao portão do Colégio Salesiano Santa Teresinha.


ADORAÇÃO Fiéis tocam na urna com os ossos da mão e do antebraço de São João Bosco

Natural de Iacri, no interior de São Paulo, ele viajou 550 quilômetros, cerca de sete horas de carro, para chegar a tempo à missa das 6 horas. Conhecedor de dom Bosco, ele conta que se inspira no santo italiano para preparar suas aulas de geografia. “Sou admirador do projeto educativo criado e colocado em prática por São João Bosco”, diz. “Como professor, faço meu trabalhado tendo-o como referência”, admite. Andreassa também acompanhou a peregrinação das relíquias de Frei Galvão, canonizado primeiro santo brasileiro em maio de 2007. Quando questionado sobre as razões que o levaram a buscar as relíquias ele explica. “Elas dão uma reforçada na nossa fé.”

O efeito sentido por Andreassa não é exclusividade das ovelhas – também atinge os pastores. É isso que diz o padre salesiano Ailton Antônio dos Santos. Segundo ele, a formação religiosa, para surpresa de muitos, é extremamente racional. Padre Aílton, por exemplo, passou quatro anos estudando filosofia para só depois entrar no seminário e, finalmente, completar sua formação no Exterior. “Temos uma base muito dura e acabamos sendo excessivamente racionais”, reconhece. Nesse sentido, a chegada das relíquias e toda a fé popular que elas atraem reacendem a chama da subjetividade e até do misticismo em religiosos outrora excessivamente céticos. “Somos levados pelo calor e o entusiasmo que emanam do povo diante desses objetos.”

Essa percepção positiva das relíquias deve ganhar força em 2010. Entre os dias 10 de abril e 23 de maio do ano que vem, o Santo Sudário de Turim, tido como a relíquia mais importante entre os católicos, será exposto depois de uma década longe dos olhos curiosos do mundo. O longo pedaço de linho teria sido usado para envolver o corpo de Jesus Cristo pouco depois de sua morte. Embora ainda pairem dúvidas sobre a autenticidade do objeto, o simples anúncio da decisão de colocá-lo à mostra deu início a uma corrida pelos lugares nas missas a serem celebradas diante do manto. O primeiro dia de exposição, por exemplo, já está esgotado. Mais um exemplo da ânsia dos católicos por motivos para alimentar e reavivar sua fé.

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